A eleição dos juízes para as exposições especializadas gerou certo questionamento por parte de alguns criadores de Staffordshire Bull Terrier. Neste artigo, vamos esclarecer quais são os critérios para escolhê-los, qual é o sistema e por que foi descartado o sistema de votação anterior.
Antigamente, os juízes eram eleitos por votação entre os criadores associados ao conselho. À primeira vista, isso parece ser o mais correto e democrático. Quais eram então os problemas desse sistema e por que foi descontinuado? Esse sistema apresentava dois problemas principais:
- Como cada criador escolhia juízes que criavam o mesmo tipo que eles, os eleitos eram sempre os que gostavam dos tipos criados pela maioria, o que deixava os criadores de outros tipos em desvantagem, fazendo com que todas as especializadas favorecessem os tipos mais comuns no Brasil.
- Muitos dos juízes eleitos se recusavam a vir julgar no Brasil; alguns nem respondiam as solicitações do Conselho. Era difícil conseguir juízes.
A solução: Bev Harrison é criadora da raça no Reino Unido, juíza e foi editora do anuário da raça durante décadas. Em 2023, ela editou seu último anuário e agora outra pessoa é responsável. Bev viaja por todo o Reino Unido acompanhando e fotografando todas as exposições. Ela conhece todos os criadores, clubes e juízes, e se disponibilizou a ajudar o conselho.
O conselho queria a indicação de juízes com três principais requisitos: primeiro, que fossem juízes atuais e em atividade; segundo, que criassem tipos diversos para dar oportunidades a todos; terceiro, que tivessem disponibilidade para vir ao Brasil julgar.
Agora, todos os anos, Bev conversa com os juízes, faz uma seleção e os indica ao conselho. Às vezes chegam juízes que gostam de linhas pretas mais leves, outras vezes de coloridos, com mais ou menos substância… Por exemplo, no ano 2023, o juiz da especilizada de Rio de Janeiro escolheu um tipo bem diferente dos dois juízes que julgaram em Sorocaba esse mesmo ano. Este ano 2024, no Rio de Janeiro, cada juiz escolheu um tipo diferente. Com o critério imparcial da Bev, as escolhas dos juízes são mais diversas e qualificadas, e há maior disposição para vir julgar.
Quanto à questão de alguns criadores criticos que argumentam que os juízes premiam os cães da sua própria criação, posso mencionar como exemplo o que aconteceu no mundial de SP em 2022. Havia um criador que recentemente tinha importado um filhote e o juiz criador veio julgar. Ele decidiu não apresentar seu filhote, pois achou que colocaria o juiz em uma situação muito incômoda, tendo que julgar um cão de sua própria criação.